Intertextualidade
INTRODUÇÃO
O
parnasianismo e o simbolismo foram movimentos que deixaram marcas na cultura
brasileira, ambos surgiram a partir da poesia, porém enquanto o parnasianismo
era contrario ao sentimentalismo romântico que, segundo eles, retirava as
verdadeiras características da poesia, o simbolismo se apropria desses
princípios.
O
objetivo deste trabalho é analisar as características literárias do
parnasianismo e do simbolismo identificando aspectos da forma, conteúdo e
ideias implícitas aos mesmos.
As
obras adotadas foram: A crônica “Antônio Conselheiro” de Olavo Bilac, O soneto
XIII- Via Láctea do mesmo autor e o poema Oração ao soldo livro “Missal” de
Cruz e Sousa. Dessas poderemos partir para uma análise histórica de contexto e
ordem cronológica e posteriormente estudá-las a partir de um ponto.
Não
por acaso foram escolhidas obras de Olavo Bilac, o chamado príncipe do
parnasianismo, ele consegue manter as rigorosas regras do movimento apesar de
fazer uso de conteúdos românticos. Cruz e Sousa apesar de ter herdado a
linguagem requintada do parnasianismo trouxe também a criatividade, e inaugurou
o simbolismo no Brasil.
DESENVOLVIMENTO
1. Histórico e contextualização por ordem
cronológica
A
obra Via Láctea de Olavo Bilac foi publicada no ano de 1888, ano em que foi
abolida a escravidão no Brasil coincidindo assim com sua estreia literária.
Nesse contexto de transição do século XIX para o XX se misturavam escritores
realistas e parnasianistas com ainda presentes vestígios do romantismo.
O
parnasianismo é contrário ao romantismo, queriam retirar essa essência dos
poemas e instalar uma nova: Arte pela arte. Essa característica parte do
suposto de que a arte é autossuficiente, justificada apenas por sua beleza formal,
mostrando-a sem utilidade ou compromisso.
Outra
importante característica desse movimento é o culto as formas, a arte
parnasiana propôs uma linguagem mais objetiva, porem requintada, elaboração
formal com rimas ricas e metrificação rigorosa. Havia ainda a preferencia pelo
soneto e o uso da descrição. Olavo Bilac foi um importante autor parnasiano,
uma de suas obras de grande importância é o hino da bandeira, que mantém as
características citadas acima.
No
soneto XIII é perceptível à presença da formalidade na escrita, rimas ricas e a
metrificação, porém com fundo romântico.
O
livro “Missal” publicado no ano de 1893 é considerado o início do simbolismo no
Brasil, o movimento nasceu quando o parnasianismo pairava em prestigio,
portanto não foi muito bem aceito. O Brasil estava em um contexto de instalação
da republica, e ao mesmo tempo da entrada de imigrantes iniciando um processo
de urbanização e crescimento acelerado.
O
simbolismo vinha de uma atmosfera que retoma aspectos românticos, como por exemplo,
a clara característica do subjetivismo, representando uma ruptura radical com o
realismo e o naturalismo. Ele trás consigo novas propostas estéticas, estando
intimamente ligadas à filosofia, as ciências da natureza, volta seu ideal ao
sentimento, espirito e etc.
Uma
das características principais era o individualismo, com uma visão pessoal da
realidade e não se preocupavam com princípios estéticos que se aplicavam ao
parnasianismo. O transcendentalismo com a fala sugestiva, utilizando de
artifícios como metáforas, colocando a intuição acima da lógica e a composição
de versos utilizando a musicalidade das palavras eram características do
movimento.
“Antônio
Conselheiro” é uma crônica de Olavo Bilac lançada em 1896, ano em que ocorreu a
Guerra de Canudos na Bahia, nesse mesmo ano também ocorreu à primeira epidemia
de febre amarela em São Paulo.
2. Análise das obras pelo tema
O
Soneto XIII gira em torno do autor que conversa com as estrelas e é capaz de
ouvi-las, e nesse contexto as outras pessoas acreditam que ele perdeu o senso
ou enlouqueceu, porém ele esclarece que é necessário amá-las para entender e
ouvi-las. O autor fala das estrelas como se fosse a mulher amada, com quem ele
nunca foi correspondido, assim passa as noites a imaginar conversas com essa
pessoa.
“Oração
ao Sol” presente em “Missal” retrata uma oração marcada pelo subjetivismo e
pela transcendência, ao fazer essa oração ele se mostra contra o parnasianismo
pedindo proteção dos chamados “papas” e cultua o sol, como um elemento
espiritual. Tem o aspecto individual de uma oração e o uso da linguagem
rebuscada, características do simbolismo.
A
obra mais criticada é “Antônio Conselheiro”, pois Olavo Bilac escreveu a
narração como se fosse o próprio diabo, sem dar a real importância para o fato
ocorrido e descrevendo Antônio Conselheiro como um louco e criminoso sem
analisar o contexto social envolvido.
CONCLUSÃO
Ao
estudar essas obras constatamos que elas traçam uma exemplificação do
parnasianismo e do simbolismo, apresentando características que se diferem em
vários aspectos apesar de terem uma origem parecida. As únicas semelhanças que
são possíveis inferir é a data em que foram lançadas, fim do século XIX, e a
presençada crônica e do soneto no movimento parnasianista. O que se pode notar
é que as três obras utilizam o recurso da intertextualidade, no soneto com o
romance de Olavo Bilac, na crônica com o momento histórico da Guerra de Canudos
e na “Oração ao Sol” com critica aos parnasianistas.
Estudar
obras desse período é uma forma de aprender sobre essas características
literárias, compará-las permite uma melhor compreensão de aspectos que vão além
do que está escrito, passando assim a analisar as emoções do autor. Daí a
importância de pesquisar e conhecer acerca das composições literárias e seus
movimentos.
BIBLIOGRAFIA
GRUPO
Fernanda
Gustavo
Macksine
Bem,
ResponderExcluirO texto de vocês não apresentou a estrutura solicitada (capa, sumario, epígrafe, introdução, desenvolvimento e conclusão), embora tenham seguido grande parte do solicitado. A análise, ponto chave do trabalho, poderia ter sido mais desenvolvida. Vocês utilizaram informações pertinentes, entretanto, não conseguiram chegar à concretude do que fora pedido. Foram muito detalhistas, em relação ao movimento, mas pouco enfáticos na relação às obras.. =D